sexta-feira, 6 de março de 2020

SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO: PRINCIPAIS TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO



SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO: PRINCIPAIS TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO

HELFAS SAMUEL-Licenciado em Ensino Básico com Habilitações em Supervisão e Inspecção Escolar-Universidade Pedagógica-Gaza
Contactos: 842849771/863498270)
Facebock: Helfas Samuel. Pagina: A Escola é uma Paciência









/FREELANCER DE CONTEUDO/

1.Introdução

O presente trabalho de pesquisa surge na cadeira de Sociologia de Educação no âmbito de apresentação de trabalhos em grupo, para fins de avaliação em grupo.
Deste modo o trabalho em destaque tem como tema: “Sociologia da Educação: Principais teorias sociológicas da educação, o mesmo apresenta os  seguintes itens: introdução, objectivos, metodologia, contextualização das teorias sociológicas da educação, caracterização da escola sociológica francesa e América.
Para a materialização do presente trabalho cingiu-se em método de consulta bibliográfica que consistiu na leitura e interpretação de diferentes obras que abordam sobre a temática ligada a Principais teorias sociológicas da educação especificamente a escola francesa, americana e o interacionismo.













1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo geral
·         Compreender escola sociológica francesa e América;

1.1.2.Objectivos específicos

·         Caracterizar a escola sociológica francesa e América;
·         Definir alguns conceitos chaves;

1.2.Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho para além dos conhecimentos práticos que possuímos, iremos usar a pesquisa bibliográfica, onde vamos trazer interpretações sólidas e fundamentadas por diferentes autores de destaque que debruçaram-se sobre o tema em alusão e também recorremos a pesquisa documental, para recolher informações em diversos relatórios, monografias e teses de doutoramento.












2.Referêncial Teórico

2.1.Conceitos

Para Rodrigues (2004:22) apud  Durkheim, a sociologia é o estudo dos fatos sociais e estes que são justamente aqueles modos de agir que exercem sobre o indivíduo uma coerção exterior e que apresentam uma existência própria, independente das manifestações individuais que possam ter.
Segundo Rodrigues (2004) sociologia é uma ciência que estuda o comportamento humano, os meios de comunicação em função do meio e os processos que interligam o indivíduo em associações, grupos e instituições. Ela estuda os fenómenos que ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos, e interagem no seu interior.
Na óptica de Coulson et all (1979:123) a sociologia da educação é uma ciência produtora de conhecimentos específicos que levam a discussão da discussão e do papel do ensino, promovendo uma reflexão sobre a sociedade e seus problemas relacionados à educação. Seu papel é investigar a escola enquanto instituição social, analisando os processos sociais envolvidos, todas as mudanças ocorridas em nossa sociedade, trouxeram mudanças para a educação.
Segundo Parsons (1959), referindo-se à escola, à medida que o jovem se desenvolve, uma parte cada vez mais importante de sua socialização é levada a cabo por uma instituição que lhe oferece a representação em modelo reduzido da sociedade adulta.
Na optica de Herpin (1982:101) Uma escola sociológica é uma equipa de investigadores  a palavra “equipa” está entendida no sentido goffmaniano (team) – que, embora não seguindo um plano pré-determinado, desenvolve trabalhos convergentes. Ora esta convergência não é “intencional”: não existe ninguém – o chefe da escola – que saiba para onde vai toda a gente. A convergência é, tal como o EU de que falamos mais atrás, um efeito colectivo. E tenta-se explicitar em que consiste o “consenso efectivo”, na origem desta convergência, encontra-se um composto instável, a que chamamos uma problemática”

2.2.Teoria de correspondência directa:

2.2.1. Escola Americana

Na óptica de Herpin apud Nicolas (1982) nas primeiras décadas do século XX organizou-se um movimento norte-americano liderado por Roscoe Ponnd, auxiliado pela teoria da lógica experimental de John Dewey e baseada ante os princípios do bem-estar social.
As condições do “Welfare State”(estado do bem-estar), que são reacções às frustrações liberais da época, são adaptadas ao intuito jurídico por Benjamim Cardozo, que também introduz os processos subconscientes na actividade decisória do juiz.
O direito serve ao processo de construção da realidade social e não deve submeter-se aos princípios lógicos, aos silogismos e às construções técnico-teóricas tradicionais. Ou seja, propugnava pela insuficiência do princípio da subsunção.
O juiz deve construir o direito com base na análise científica desenvolvida para o estudo da realidade contemporânea. Deve acompanhar as tendências de sua época, ao promover as investigações necessárias para a sistematização dos dados essenciais à proposição de projectos e leis.
O objectivo é tornar a produção de normas dispostas à vida para a realização dos fins sociais, aos quais o direito deve obediência. Forma-se uma produção legislativo-jurídica para compreender os factores intersubjectivos. Para isto, são considerados os elementos conscientes e inconscientes, e absorvidas todas as atribuições valorativas, e preconceitos, para a efectivação da actividade decisória.
O direito é nutrido pela força da experiência e reflecte,  a realidade mutável. Neste sentido, Dewey infere a contraposição dos princípios pelos efeitos que produzem. É a análise focada nas consequências. Há uma prioridade de situações concretas.
Todavia, o objectivo da escola não é dar azo à desobediência civil, quando as normas não refletissem o social: as normas devem ser respeitadas; entretanto, a atividade do intérprete deve ser no sentido de assegurar os limites da atividade normativa, se extensiva, se restritiva, assegurada a practicidade social dos fatos.

2.2.2.Émile Durkheim

Para Herpin, (1982: 7) não foram os sociólogos americanos que inventaram a sociologia. Mas foi nos Estados Unidos que a sociologia se tornou uma profissão. Juntando, nos seus cadinhos, teorias de intelectuais universitários e alguns procedimentos técnicos imaginados por investigadores de talento, obtiveram um produto novo, feito de peças e de bocados de obras primas, na sua maior parte europeias. Os puristas e os estetas das construções concetuais podem ter ficado inquietos. Mas os sociólogos americanos não são os intelectuais oriundos das classes dominantes de que fala Max Weber, que se refugiam em fantásticas construções intelectuais.
Ainda segundo o mesmo autor, pode considerar-se que a primeira fórmula estabelecida pela sociologia americana é obra da escola de Chicago: e é nesta medida que se pode dizer que esta sociologia começa em Chicago.”
Os sociólogos da escola de Chicago procuram estabelecer o equilíbrio ou o desequilíbrio de um conjunto extremamente variado de elementos, cujo número está limitado pela proximidade geográfica. É neste sentido que o conceito fundamental de “comunidade”, ou mais rigorosamente de “comunidade ecológica” é utilizado. Park escreve: A relação recíproca e a interdependência entre as espécies são naturalmente mais evidentes e mais íntimas num habitat comum do que em qualquer outro local” 
2.2.2.Escola Francesa
Os sociólogos desta escola deram ênfase a:
·         Racionalidade;e
·         Utopia;
Com base utópico-racionalista, busca enxergar a cidade com base na Carta de Atenas onde prezaria por:
·         Uma cidade socialmente aberta, hospitaleira, acolhedora do diferente;
·         Uma cidade atenta ao coletivo, intolerante com a miséria, exploração social.

2.3..Sociólogos contemporâneos

2.3.1.Alain Touraine

Sociólogo Francês contemporâneo, Criador do Conceito de Sociedade pós Industrial que caracteriza a substituição da economia baseada na industria, pra outra em que o setor de serviço aparece como algo melhor. Se afasta da visão da organização das cidades de forma racionalista como a apresentada por Haussmann e Le Corbusier.
·         Tem um olhar sobre as classes menos favorecidas;
·         Se afasta do modelo de grandes centros urbanos que segregam a população;
·         Com uma visão critica das cidades modernas que valorizam os grandes centros em detrimento das minorias;
·         Volta o olhar às lutas de classes, diz que o homem se tornou coadjuvante da cidade em vistas dos avanços da globalização.

2.3.2.Henri Lefebvre

Sociólogo francês, Henri Lefebvre nasceu em junho de 1901, em Hagetmau, França, e faleceu a 29 de junho de 1991.
Lefebvre abrangeu várias áreas de estudo e tem sido destacado como intérprete do pensamento de Marx, estudioso da vivência das cidades e da sociologia rural. Ressaltou a importância do caráter histórico das ideias de Marx acerca da influência do fator econômico na história.
Marx  enfatizava o homem como sujeito da sua história. Neste intuito, onde questiona a vida cotidiana da sociedade moderna a partir de sua expressão mais manifesta: o espaço, ao mesmo tempo, consolida uma densidade teórica incomparável para a análise urbana   assim como para a construção de mecanismos alternativos de gestão e de planejamento da cidade.
Suas  teses   no âmbito da sociologia urbana salientam a ação das forças produtivas sobre o espaço físico. Introduziu os conceitos de espaço "percebido" ,"concebido" e "vivido".
a)      Espaço percebido-corresponde à "prática espacial", que assegura a continuidade numa relativa coesão. A prática espacial é diferente conforme os conjuntos espaciais próprios de cada formação social.
b)     Espaco concebido-tem haver com as representações sociais que exercem na sociedade a sua influência.
c)      Espaço vivido-refere-se aos "espaços de representação". É o espaço dos habitantes, dos usuários , que tentam apropriar o espaço pelas imagens e símbolos que o acompanham.

2.3.3.Mannuel Castells

Sociólogo espanhol,  nasceu em 1942 na cidade de Hellín. Castells lecionou na Universidade de Paris entre 1967 à 1979.
·         Enfatizou o papel dos movimentos sociais na transformação conflitiva da paisagem urbana;
·          Se concentrou no papel das novas tecnologias de informação e comunicação na reestruturação econômica;
·         Acreditava no poder da mídia e dos meios de comunicação perante a sociedade;
·         Castells centraliza seus estudos na chamada Era da informação ou Era digital.

2.3.4.Charles-Edouard Jeanneret,

Charles-Edouard Jeanneret, conhecido por Le Corbusier, nasceu em 6 de Outubro de 1887 na Suíça, mas viveu maior parte de sua vida adulta em Paris
Foi para Atenas estudar o Partenon e outros edifícios da Grécia antiga. É conhecido como o autor da “Carta de Atenas”, que resultou um encontro programático de arquitetos e urbanistas na capital da Grécia em 1933.
A “Carta de Atenas”, trata-se de uma espécie de mandamentos do urbanismo moderno, a essência desse receituário urbanismo moderno consiste em distinguir quatro funções básicas:
·         Habitação;
·         Trabalho;
·         Diversão; e
·         Circulação.
São as funções básicas a serem respeitadas na projeção, no planejamento e na reforma urbana. A sua influência estendeu-se principalmente ao urbanismo. Foi um dos primeiros a compreender as transformações que o automóvel exigiria no planejamento urbano. Ele ficou mais conhecido por suas não obras que por suas realizações.

Principais representantes da corrente sociológica francesa:

·         Émile Durkheim  (1858-1917);
·         Marcel Mauss (1852-1950), etc.
Alguns postulados e comentários:
Durkheim, fundador da escola sociológica francesa, assinalou de forma precisa a interdependência de todos os fenômenos sociais, qualquer fato seria estudado tendo em conta os demais através de uma visão totalizante. Com efeito, esta linha é um claro precedente do funcionalismo.
Marcel Mauss por sua vez, defendeu que nenhuma disciplina humana poderia construir conceitos ou classificações para interpretar-los isoladamente, a consequência directa desta ideia seria a rejeição ao método comparativo.

MILE DURKHEIM

Durkheim procura compreender a maneira pela qual, nós, os humanos, reunimos “As palavras e as Coisas”. Assim, ele articula a teoria do conhecimento da realidade social, situando-a no campo simbólico, no espaço das representações sobre o dizer e o fazer social, apreendido pelo tipo de relação que mantemos para com o totem e o tabu. Além disso, em sua teoria do conhecimento, o autor estabelece a hipótese sociológica de que as categorias da sensibilidade e do entendimento, ao contrário da afirmação de Kant, não são inatas, e sim, construídas socialmente.
2.3.Teoria de Interacção
Na óptica de Blumer (1969) o interacionismo simbólico é uma abordagem sociológica das relações humanas que considera de suma importância a influência, na interacção social, dos significados bem particulares trazidos pelo indivíduo à interacção, assim como os significados bastante particulares que ele obtém a partir dessa interacção sob sua interpretação pessoal. Originada na Escola de Chicago, essa abordagem é especialmente relevante na microssociologia e psicologia social.
O interacionismo simbólico não se limita a essa interpretação. Segundo a proposição de Hegel, por exemplo, e de outros filósofos que escreveram sobre a linguagem, o mundo simbólico, só se constrói, por meio da interacção entre duas ou mais pessoas e, portanto, o simbolismo não é resultado de interacção do sujeito consigo ou mesmo de sua interacção com um simples objecto. Apesar de ser um sentido individual e uma base para todos e quaisquer sentidos que cada um dá às suas próprias acções, ela é fundada nas interacções do indivíduo, ou naquilo que o "eu" faz sendo regulado pelo que "nós" construímos socialmente.
Essa escola se originou no pragmatismo americano e particularmente no trabalho de George Herbert Mead, que demonstrou que os egos (self) das pessoas são produtos sociais, sem deixar de ser propositados e criativos. Outros pioneiros na área foram Herbert Blumer e Charles Cooley. Blumer, um estudioso e intérprete de Mead, e criador do termo "interacionismo simbólico", pôs em evidência as principais perspectivas dessa abordagem: as pessoas agem em relação às coisas baseando-se no significado que essas coisas tenham para elas; e esses significados são resultantes da sua interacção social e modificados por sua interpretação.









3.Conclusão

Uma escola sociológica é uma equipa de investigadores , a palavra “equipa” está entendida no sentido goffmaniano (team) – que, embora não seguindo um plano pré-determinado, desenvolve trabalhos convergentes. Ora esta convergência não é “intencional”: não existe ninguém – o chefe da escola – que saiba para onde vai toda a gente.
A convergência é, tal como o EU de que falamos mais atrás, um efeito colectivo. E tenta-se explicitar em que consiste o “consenso efectivo”, na origem desta convergência, encontra-se um composto instável, a que chamamos uma problemática”
·         Escola sociológica Americana: era baseada ante os princípios do bem-estar social.
·         Escola sociológica francesa: baseava-se na Racionalidade e Utopia.


 

 

 

 

 

 

 



 


4.Referências Bibliográficas

¾    HERPIN, Nicolas. (1982). A Sociologia Americana. Porto. Edições Afrontamento.
¾    MARTINS, C. B. O que é Sociologia. São Paulo. Brasiliense, 1994.
¾    PARSONS, T. Os processos de socialização e as escolas paralelas. Harvard Educational Review, 1959.
¾    Rodrigues, Albeno Tosi Sociologia da Educação / Alberto Tosi Rodrigues. - Rio  de Janeiro: DP&A, 2004.

Sem comentários:

Enviar um comentário