SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO: PRINCIPAIS TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO
/FREELANCER
DE CONTEUDO/
1.Introdução
O presente
trabalho de pesquisa surge na cadeira de Sociologia de Educação no âmbito de
apresentação de trabalhos em grupo, para fins de avaliação em grupo.
Deste modo o
trabalho em destaque tem como tema: “Sociologia da Educação: Principais teorias
sociológicas da educação”, o mesmo apresenta
os seguintes itens: introdução,
objectivos, metodologia, contextualização das teorias sociológicas da educação,
caracterização da escola sociológica francesa e América.
Para a
materialização do presente trabalho cingiu-se em método de consulta
bibliográfica que consistiu na leitura e interpretação de diferentes obras que
abordam sobre a temática ligada a Principais
teorias sociológicas da educação especificamente a escola francesa,
americana e o interacionismo.
1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo geral
·
Compreender
escola sociológica francesa e América;
1.1.2.Objectivos
específicos
·
Caracterizar
a escola sociológica francesa e América;
·
Definir
alguns conceitos chaves;
1.2.Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho para
além dos conhecimentos práticos que possuímos, iremos usar a pesquisa
bibliográfica, onde vamos trazer interpretações sólidas e fundamentadas por
diferentes autores de destaque que debruçaram-se sobre o tema em alusão e
também recorremos a pesquisa documental, para recolher informações em diversos
relatórios, monografias e teses de doutoramento.
2.Referêncial
Teórico
2.1.Conceitos
Para Rodrigues (2004:22)
apud Durkheim, a sociologia é o estudo
dos fatos sociais e estes que são justamente aqueles modos de agir que exercem
sobre o indivíduo uma coerção exterior e que apresentam uma existência própria,
independente das manifestações individuais que possam ter.
Segundo Rodrigues (2004) sociologia
é uma ciência que estuda o comportamento humano, os meios de comunicação
em função do meio e os processos que interligam o indivíduo em associações,
grupos e instituições. Ela estuda os fenómenos que ocorrem quando vários
indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos, e interagem no seu
interior.
Na óptica de
Coulson et all (1979:123) a sociologia da educação é uma ciência produtora de
conhecimentos específicos que levam a discussão da discussão e do papel do
ensino, promovendo uma reflexão sobre a sociedade e seus problemas relacionados
à educação. Seu papel é investigar a escola enquanto instituição social,
analisando os processos sociais envolvidos, todas as mudanças ocorridas em
nossa sociedade, trouxeram mudanças para a educação.
Segundo Parsons
(1959), referindo-se à escola, à medida que o jovem se desenvolve, uma parte
cada vez mais importante de sua socialização é levada a cabo por uma
instituição que lhe oferece a representação em modelo reduzido da sociedade
adulta.
Na optica de Herpin (1982:101) Uma
escola sociológica é uma equipa de investigadores – a palavra
“equipa” está entendida no sentido goffmaniano (team) – que, embora não
seguindo um plano pré-determinado, desenvolve trabalhos convergentes. Ora esta
convergência não é “intencional”: não existe ninguém – o chefe da escola – que
saiba para onde vai toda a gente. A convergência é, tal como o EU de que
falamos mais atrás, um efeito colectivo. E tenta-se explicitar em que consiste
o “consenso efectivo”, na origem desta convergência, encontra-se um composto
instável, a que chamamos uma problemática”
2.2.Teoria
de correspondência directa:
2.2.1.
Escola Americana
Na óptica de Herpin apud
Nicolas (1982) nas primeiras décadas do século XX organizou-se um movimento norte-americano
liderado por Roscoe Ponnd, auxiliado pela teoria da lógica experimental de John
Dewey e baseada ante os princípios do bem-estar social.
As condições do “Welfare State”(estado do bem-estar), que são reacções às
frustrações liberais da época, são adaptadas ao intuito jurídico por Benjamim
Cardozo, que também introduz os processos subconscientes na actividade
decisória do juiz.
O direito serve ao processo de construção da realidade social e não deve
submeter-se aos princípios lógicos, aos silogismos e às construções
técnico-teóricas tradicionais. Ou seja, propugnava pela insuficiência do
princípio da subsunção.
O juiz deve construir o direito com base na análise científica desenvolvida
para o estudo da realidade contemporânea. Deve acompanhar as tendências de sua
época, ao promover as investigações necessárias para a sistematização dos dados
essenciais à proposição de projectos e leis.
O objectivo é tornar a produção de normas dispostas à vida para a
realização dos fins sociais, aos quais o direito deve obediência. Forma-se uma
produção legislativo-jurídica para compreender os factores intersubjectivos. Para isto, são considerados os elementos
conscientes e inconscientes, e absorvidas todas as atribuições valorativas, e
preconceitos, para a efectivação da actividade decisória.
O direito é nutrido pela força da experiência e reflecte, a realidade mutável. Neste sentido, Dewey
infere a contraposição dos princípios pelos efeitos que produzem. É a análise
focada nas consequências. Há uma prioridade de situações concretas.
Todavia, o objectivo da escola não é dar azo à desobediência civil, quando
as normas não refletissem o social: as normas devem ser respeitadas;
entretanto, a atividade do intérprete deve ser no sentido de assegurar os
limites da atividade normativa, se extensiva, se restritiva, assegurada a practicidade
social dos fatos.
2.2.2.Émile
Durkheim
Para Herpin,
(1982: 7) não foram
os sociólogos americanos que inventaram a sociologia. Mas foi nos Estados
Unidos que a sociologia se tornou uma profissão. Juntando, nos seus cadinhos,
teorias de intelectuais universitários e alguns procedimentos técnicos
imaginados por investigadores de talento, obtiveram um produto novo, feito de
peças e de bocados de obras primas, na sua maior parte europeias. Os puristas e
os estetas das construções concetuais podem ter ficado inquietos. Mas os sociólogos
americanos não são os intelectuais oriundos das classes dominantes de que fala
Max Weber, que se refugiam em fantásticas construções intelectuais.
Ainda segundo o
mesmo autor, pode considerar-se que a primeira fórmula estabelecida pela sociologia
americana é obra da escola de Chicago: e é nesta medida
que se pode dizer que esta sociologia começa em Chicago.”
Os sociólogos da escola
de Chicago procuram
estabelecer o equilíbrio ou o desequilíbrio de um conjunto extremamente variado
de elementos, cujo número está limitado pela proximidade geográfica. É neste
sentido que o conceito fundamental de “comunidade”, ou mais rigorosamente de
“comunidade ecológica” é utilizado. Park escreve: “A relação recíproca e a interdependência entre as
espécies são naturalmente mais evidentes e mais íntimas num habitat comum do
que em qualquer outro local”
2.2.2.Escola Francesa
Os sociólogos
desta escola deram ênfase a:
·
Racionalidade;e
·
Utopia;
Com base utópico-racionalista,
busca enxergar a cidade com base na Carta de Atenas onde prezaria por:
·
Uma
cidade socialmente aberta, hospitaleira, acolhedora do diferente;
·
Uma
cidade atenta ao coletivo, intolerante com a miséria, exploração social.
2.3..Sociólogos
contemporâneos
2.3.1.Alain
Touraine
Sociólogo
Francês contemporâneo, Criador do Conceito de Sociedade pós Industrial que
caracteriza a substituição da economia baseada na industria, pra outra em que o
setor de serviço aparece como algo melhor. Se afasta da visão da organização
das cidades de forma racionalista
como a apresentada por Haussmann e Le Corbusier.
·
Tem
um olhar sobre as classes menos favorecidas;
·
Se
afasta do modelo de grandes centros urbanos que segregam a população;
·
Com
uma visão critica das cidades modernas que valorizam os grandes centros em detrimento
das minorias;
·
Volta
o olhar às lutas de classes, diz que o homem se tornou coadjuvante da cidade em
vistas dos avanços da globalização.
2.3.2.Henri
Lefebvre
Sociólogo
francês, Henri Lefebvre nasceu em junho de 1901, em Hagetmau, França, e faleceu
a 29 de junho de 1991.
Lefebvre
abrangeu várias áreas de estudo e tem sido destacado como intérprete do
pensamento de Marx, estudioso da vivência das cidades e da sociologia rural.
Ressaltou a importância do caráter histórico das ideias de Marx acerca da
influência do fator econômico na história.
Marx enfatizava o homem como sujeito da sua
história. Neste intuito, onde questiona a vida cotidiana da sociedade moderna a
partir de sua expressão mais manifesta: o espaço, ao mesmo tempo, consolida uma
densidade teórica incomparável para a análise urbana assim como para a construção de mecanismos
alternativos de gestão e de planejamento da cidade.
Suas teses
no âmbito da sociologia urbana salientam a ação das forças produtivas
sobre o espaço físico. Introduziu os conceitos de espaço "percebido" ,"concebido" e "vivido".
a)
Espaço percebido-corresponde à "prática
espacial", que assegura a continuidade numa relativa coesão. A prática
espacial é diferente conforme os conjuntos espaciais próprios de cada formação
social.
b)
Espaco concebido-tem haver com as representações
sociais que exercem na sociedade a sua influência.
c)
Espaço vivido-refere-se aos "espaços de
representação". É o espaço dos habitantes, dos usuários , que tentam
apropriar o espaço pelas imagens e símbolos que o acompanham.
2.3.3.Mannuel
Castells
Sociólogo
espanhol, nasceu em 1942 na cidade de
Hellín. Castells lecionou na Universidade de Paris entre 1967 à 1979.
·
Enfatizou
o papel dos movimentos sociais na transformação conflitiva da paisagem urbana;
·
Se
concentrou no papel das novas tecnologias de informação e
comunicação na reestruturação econômica;
·
Acreditava
no poder da mídia e dos meios de comunicação perante a sociedade;
·
Castells
centraliza seus estudos na chamada Era da informação ou Era digital.
2.3.4.Charles-Edouard
Jeanneret,
Charles-Edouard
Jeanneret, conhecido por Le Corbusier, nasceu em 6 de Outubro de 1887 na
Suíça, mas viveu maior parte de sua vida adulta em Paris
Foi para
Atenas estudar o Partenon e outros edifícios da Grécia antiga. É conhecido como
o autor da “Carta de Atenas”, que resultou um encontro programático de
arquitetos e urbanistas na capital da Grécia em 1933.
A “Carta de
Atenas”, trata-se de uma espécie de mandamentos do urbanismo moderno, a
essência desse receituário urbanismo moderno consiste em distinguir quatro
funções básicas:
·
Habitação;
·
Trabalho;
·
Diversão;
e
·
Circulação.
São as
funções básicas a serem respeitadas na projeção, no planejamento e na reforma
urbana. A sua influência estendeu-se
principalmente ao urbanismo. Foi um dos primeiros a compreender as
transformações que o automóvel exigiria no planejamento urbano. Ele ficou mais
conhecido por suas não obras que por suas realizações.
Principais
representantes da corrente sociológica francesa:
·
Émile Durkheim (1858-1917);
·
Marcel Mauss (1852-1950),
etc.
Alguns postulados e comentários:
Durkheim, fundador da escola sociológica francesa, assinalou de
forma precisa a interdependência de todos os fenômenos sociais, qualquer fato
seria estudado tendo em conta os demais através de uma visão totalizante. Com
efeito, esta linha é um claro precedente do funcionalismo.
Marcel Mauss por sua vez, defendeu que nenhuma disciplina humana
poderia construir conceitos ou classificações para interpretar-los
isoladamente, a consequência directa desta ideia seria a rejeição ao método
comparativo.
MILE DURKHEIM
Durkheim procura
compreender a maneira pela qual, nós, os humanos, reunimos “As palavras e as
Coisas”. Assim, ele articula a teoria do conhecimento da realidade social,
situando-a no campo simbólico, no espaço das representações sobre o dizer e o
fazer social, apreendido pelo tipo de relação que mantemos para com o totem e o
tabu. Além disso, em sua teoria do conhecimento, o autor estabelece a hipótese
sociológica de que as categorias da sensibilidade e do entendimento, ao
contrário da afirmação de Kant, não são inatas, e sim, construídas socialmente.
2.3.Teoria de Interacção
Na óptica de Blumer (1969)
o interacionismo simbólico é
uma abordagem sociológica das relações
humanas que considera de suma importância a influência, na interacção social,
dos significados bem particulares trazidos pelo indivíduo à interacção, assim
como os significados bastante particulares que ele obtém a partir dessa interacção
sob sua interpretação pessoal. Originada na Escola de Chicago, essa abordagem é especialmente relevante na microssociologia e psicologia social.
O interacionismo simbólico não se limita a essa interpretação. Segundo a
proposição de Hegel, por exemplo, e de outros filósofos que escreveram sobre a
linguagem, o mundo simbólico, só se constrói, por meio da interacção entre duas
ou mais pessoas e, portanto, o simbolismo não é resultado de interacção do
sujeito consigo ou mesmo de sua interacção com um simples objecto. Apesar de
ser um sentido individual e uma base para todos e quaisquer sentidos que cada
um dá às suas próprias acções, ela é fundada nas interacções do indivíduo, ou
naquilo que o "eu" faz sendo regulado pelo que "nós"
construímos socialmente.
Essa escola se originou no pragmatismo americano e
particularmente no trabalho de George
Herbert Mead, que demonstrou que os egos (self) das pessoas são produtos sociais, sem
deixar de ser propositados e criativos. Outros pioneiros na área foram Herbert Blumer e Charles Cooley. Blumer, um
estudioso e intérprete de Mead, e criador do termo "interacionismo
simbólico", pôs em evidência as principais perspectivas dessa abordagem:
as pessoas agem em relação às coisas baseando-se no significado que essas
coisas tenham para elas; e esses significados são resultantes da sua interacção
social e modificados por sua interpretação.
3.Conclusão
Uma escola sociológica é uma equipa de
investigadores , a palavra “equipa” está entendida no sentido
goffmaniano (team) – que, embora não seguindo um plano pré-determinado,
desenvolve trabalhos convergentes. Ora esta convergência não é “intencional”:
não existe ninguém – o chefe da escola – que saiba para onde vai toda a gente.
A convergência é, tal como o EU de que
falamos mais atrás, um efeito colectivo. E tenta-se explicitar em que consiste
o “consenso efectivo”, na origem desta convergência, encontra-se um composto
instável, a que chamamos uma problemática”
·
Escola sociológica Americana: era baseada ante os princípios
do bem-estar social.
·
Escola sociológica
francesa: baseava-se na Racionalidade e Utopia.
4.Referências
Bibliográficas
¾
HERPIN,
Nicolas. (1982). A Sociologia
Americana. Porto. Edições Afrontamento.
¾
MARTINS,
C. B. O que é Sociologia. São Paulo. Brasiliense, 1994.
¾
PARSONS, T. Os processos de socialização e
as escolas paralelas. Harvard Educational Review, 1959.
¾ Rodrigues, Albeno Tosi Sociologia da Educação / Alberto Tosi Rodrigues. - Rio de
Janeiro: DP&A, 2004.