domingo, 15 de setembro de 2019

RESUMO POLÍTICA PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO




HELFAS SAMUEL-Licenciado em Ensino Básico com habilitações em supervisão e inspecção escolar-Universidade Pedagógica-Gaza
Contactos: 842849771/863498270)
Facebock: Helfas Samuel. Pagina: A Escola é uma Paciência
                                                                             



 

 


FREELANCER DE CONTEUDO/



RESUMO POLÍTICA PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO

1.POLÍTICA E IDEOLOGIA
1.1.A génese do conceito Política
A palavra “política” provém do grego “politéia”. era usada para se referir a tudo relacionado a polis (Cidade-estado) e à vida em coletividade.

1.2.Definir o conceito Política em níveis ou dimensões deste.
a)      Polity: 
Refere-se a organização institucional da Política que inclui as disposições jurídicas a que está sujeita, bem como a estrutura institucional do sistema político-administrativo. Trata da maneira como a Política se organiza numa sociedade; a maneira como um país organiza a sua vida política
b)     Politics: 
Refere-se ao processo politico como comumente entendemos, as relações conflituosas entre os diversos actores políticos, partidos e agentes do governo, diz respeito aos objectivos a serem alcançados, aos conteúdos e as decisões de distribuição de poderes.
c)      Policy:
Campo ao qual o Estado age sobre a sociedade, economia, cidadãos, etc. A Policy representa ao que se entende trivialmente como políticas, especificamente políticas públicas; ou o resultado concreto dos programas políticos ou planos do governo.
Ex. Os Planos do MINEDH para uma determinada área de atuação. Assunto lívro escolar, carteiras escolares, salas de aula, formação de professores,  entre outros.

2. POLÍTICAS PÚBLICAS
a)      Percepção tradicional das Políticas Públicas: compreendem o conjunto das decisões e acções propostas geralmente por ente estatal, numa determinada área (saúde, educação, transporte, reforma agrária, etc.), de maneira discricionária ou pela combinação dos esforços com determinada comunidade ou sectores da sociedade civil.
Percepção actual das Políticas Públicas: constituem directrizes, princípios moderadores de acção do Poder Público; regras  e procedimentos para as relações entre poder e sociedade, mediações entre actores da sociedade e do Estado. São, neste caso, políticas explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos que orientam acções que envolvem aplicação de recursos públicos (Teixeira, 2002:3).

3.FACTORES DAS POLITICAS PUBLICAS                           
a)      Factores de Natureza Geopolítica: refere-se a influência que se contem num contexto internacional.
b)      Factores de Natureza Política: toda decisão numa determinada sociedade influencia para certas atitudes pelo que a determinação de uma política publica surge das exigências da sociedade.
c)      Factores de Natureza Macroeconómica: este factor determina a evolução da sociedade quer no âmbito da produção de bens e serviços, quer nos aspectos sociais da vida colectiva, como por exemplo, a institucionalização de sistemas de protecção social.
a)      Factores de Natureza Técnica e Tecnológica: refere-se a capacidade inovadora, intelectual dos indivíduos.
4.Politicas publicas em educação
Constituem directrizes, princípios moderadores de acção do Poder Público, regras e procedimentos para mediações entre actores do sector da educação e do Estado.
5.TIPOS DE Politicas Publicas
a)      Políticas Públicas Redistributivas: objectivam-se a redistribuir renda na forma de recursos e/ou de financiamento de equipamentos e serviços públicos.
b)      Políticas públicas distributivas: atendem a demandas pontuais de grupos sociais específicos. Como exemplo, podemos citar a distribuição de livro escolar, apoio as crianças com deficiência no meio escolar, etc
c)      Políticas Regulatórias : visam regular determinado sector, ou seja, criar normas para o funcionamento dos serviços e a implementação de equipamentos urbanos. É um instrumento que permite regular (normatizar) a aplicação de políticas redistributivas e distributivas. Ex:  Funcionamento do ADE
d)     Politicas publicas constitutivas: determinam as regras do jogo e com isso a estrutura dos processos e conflitos políticos, isto é, as condições gerais sob as quais vem sendo negociados as três outras políticas. Ex: pedido de funcionamento para fins de apoio educacionais.

6.TEORIAS DAS POLITICAS PUBLICAS

6.1.Institucionalismo/Neoinstitucionalismo
a) Características
ð Políticas são intervenções dotadas de legitimidade, universalidade e coerção.
ð “Comandam” ou asseguram a lealdade dos cidadãos e legitimam o Estado.
ð Alcançam (devem) todas as pessoas da sociedade ou de um grupo específico.
ð O Estado obriga certos comportamentos e pune descumprimento das regras.
b) Contribuições: 1ª-A estrutura institucional influencia o formato, o conteúdo e a implementação das políticas públicas e, assim, seus resultados; 2ª-A estrutura institucional pode dispersar ou concentrar o poder: determina quem participa de qual fase, como participa e quais recursos pode ou deve utilizar.
c). Implicações: 1ª -Não basta mudar as instituições para mudar as políticas; 2ª-O foco nas instituições não significa que demandas e apoios sociais, as condições culturais, sociais e econômicas do país deixam de influenciar a formulação, o conteúdo e o resultado das políticas.

6.2.Teoria das elites: 
Características
ð Políticas públicas são decididas apenas pêlos representantes eleitos (Legislativos e Executivos) (democracias), ou por elites sociais com acesso privilegiado ou posições garantidas no sistema político (oligarquias)
a)      Contribuições:
ð As políticas públicas refletem, muitas vezes, apenas as preferências das elites e não as da sociedade.
ð Quando mudam as preferências das elites, ou as próprias elites, mudam as políticas sociais.
b)     Implicações:
ð Não existem grupos de interesse. O povo é desorganizado e desinteressado (massa).
ð O povo não tem visão clara do que é melhor para a sociedade como um todo.


6.3.Teoria do racionalismo:
Característica
ð    Políticas são intervenções racionais do Estado: possibilitam ganhos para a sociedade como um todo.
ð    No cálculo de custos e benefícios, os benefícios superam os prejuízos que podem advir de outra ou nenhuma intervenção.
a)      Contribuições:
ð Estabelece os parâmetros (ou condições) ideais em que as políticas devem ser decididas e implementadas
a)      Implicações:
ð A política vigente é a melhor solução possível para os problemas sociais.
ð Ela sempre produz resultados positivos.
ð Não há desperdício de recursos

6.4.Teoria do incrementalismo:
Características
ð As políticas existentes não são revistas todos os anos ou mesmo a cada governo.
ð Políticas passadas são base das políticas futuras
a)      Contribuições:
ð Mostra o processo real de decisão e gestão das políticas públicas.
ð A solução dos problemas é feita de forma gradual, incremental (a aproximação sucessiva a um ideal que sempre muda).
b)     Implicações:
ð Os tomadores de decisão geralmente aceitam a legitimidade de programas estabelecidos e concordam em mantê-los.
ð A mudança nas políticas públicas é difícil. Não há rupturas significativas de um governo para o outro.


6.5.Teoria dos jogos:
Características
ð Supõe que há dois ou mais participantes (aqui denominados de “jogadores”) envolvidos nas políticas.
ð Todos têm escolhas e todos influenciam o resultado (a política).
ð A política resulta das estratégias de todos os jogadores.
ð Os jogadores possuem interesses conflitantes e recursos diferentes ou desiguais.
ð Se o conflito de interesse coincide com diferenças na posse de recursos de poder, abre-se a possibilidade de manipulação, de não negociação, de não-decisão
a)      Contribuições: 
ð Mostra as diferenças de preferências, recursos e estratégias entre os actores envolvidos.
ð Explica o desenho e a implementação das políticas a partir dessas diferenças.
b)     Implicações:
ð Desconsidera as variáveis institucional, organizacional e ideológica.



6.6.Teoria dos sistemas
Características
ð Políticas são respostas do sistema político (outputs) para apoios ou demandas (inputs) da sociedade.
ð Sistema político é um conjunto de estruturas e processos inter-relacionados que funciona de forma autorizada para alocar valores (materiais e não-materiais) para a sociedade
Contribuições:
ð Foco da análise na sociedade.
ð Importância das demandas e dos apoios para a formulação e implementação das políticas.
ð O apoio é necessário para a aprovação no Legislativo, para alocação de recursos, para a implementação.
a)      Implicações:
ð O Estado ou o sistema político tornam-se uma “caixa preta”. Falta de atenção ao processo decisório.
ð A transformação (ou não-transformação) de demandas e apoios em políticas públicas não é explicado.

6.ACTORES DAS PP
a) Actores estatais: são aqueles actores directamente ligados a administração pública, envolvidos na burocracia estatal ou ocupando cargos legislativos e executivos, sendo políticos os principais representantes dos actores estatais e são eleitos com base em suas propostas de políticas apresentadas para a população durante um período eleitoral e buscam realiza-las.
b) Actores privados: são aqueles que não estão directamente ligados a administração pública, mas procuram participar das decisões do estado principalmente através do que é comumente conhecido como hobby politico. Exemplo: ONGs, as Mídias em geral, movimentos sociais, sindicatos, corporações empresariais, grupos políticos, etc.

9.VARIAÇÕES DA POLICY
a)      Policy network-processo de inter-relações entre os diversos actores (de instituições legislativas, executivas, da sociedade) e todos envolvidos na formulação/implementação de politicas publicas. (MILLER, 1994) apud (FREY, 2000)
b)     Policy arena: constitui processos de conflitos e consensos entre os actores nas diversas arenas politicas, envolvem negociações e barganhas com objectivo de maximizar ganhos políticos nos processos de formulação e implementação de politicas publicas e elas podem ser distribuídas observando as áreas podendo ser distributivo, redistributivo, regulatório ou constitutivo (FREY, 2000)
c)      Policy cycle: são fases/ciclos pêlos quais as politicas publicas transitam antes de se concretizarem materialmente na sociedade, estas fases vão desde a formulação, passando da implementação ate a avaliação das consequências das politicas adoptadas (FREY, 200)

10.  FASES DA POLICY CYCLE segundo Frey
a)      Percepção e definição de problemas: faz- se a formação da agenda que é um processo de defi­nição da lista de principais problemas da sociedade é chamado de Formação da Agenda.
b)     Agenda setting: nessa fase é decidido se determinado tema fara parte da agenda politica ou será excluído ou adiado para um período posterior.
c)      Elaboração de programas e de decisão: é nesse cenário que se decide qual das alternativas de acção é a mais apropriada para resolução da problemática social em questão.
a)      Implementação de políticas: É o momento onde o planejamento e a escolha são transforma­dos em actos. O corpo administrativo é o responsável pela execução da po­lítica. Cabe a eles a chamada acção directa, ou seja, a aplicação, o controle e o monitoramento das medidas definidas. Durante esse período, a política pode sofrer modificações drásticas de­pendendo da postura do corpo administrativo.
b)     Avaliação de políticas e correcção da acção: faz-se a avaliação das políticas publicas adoptadas, reflecte-se a relação custo e beneficio empreendida na política publica e tenta-se contornar possíveis falhas na formulação ou execução.

11. POLÍTICA EDUCATIVA AO LONGO DO DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE HUMANA:
a)      A educação na comunidade primitiva
Não existia a planificação das políticas públicas todavia, o homem era preparado para ser um sujeito adulto na sua plenitude.
b)     Na sociedade esclavagista
Existência das classes (nobreza e burguesa). A educação era virada para criação de condições para que a formação do dominador e o dominante seja de forma eficaz.
c)      Na sociedade Feudal
Preparar os sujeitos por forma a entenderem as suas posições dentro da comunidade, construção de uma sociedade hierarquizada e havia uma preocupação das infra-estruturas educativas.
d)     Na sociedade Capitalista
Conscientizar as pessoas que é possível ganhar o poder sem a forca doutrinal, na base da produção radical. As políticas publicas visam preparar a logística ou condições para que o sujeito ganhe habilidades de usar as máquinas. Há nascimento de grandes escolas (universidades).
e)      Na sociedade socialista
As PP visam preparar os indivíduos para a vida em sociedade ao mesmo tempo que desenvolvem suas aptidões pessoais. Há prevalência dos princípios de (igualdade, liberdade e fraternidade). Há também igualdade de direitos e oportunidades. Visam também preparar o homem a saber que é pela vida colectiva e por igual ganha a sua plenitude.
f)       Na sociedade neoliberal
Dinamização da vida económica, onde o estado não se faz sentir pois passa a existirem muitas empresas privadas e o estado apenas protege-as e delas espera os impostos. As PP visam o manuseio das trocas comerciais e a certificação da livre circulação dos recursos comerciais.

12.O conceito Globalização e Democratização da educação

 12.1. Escola no contexto da globalização
No processo de globalização da educação, as políticas educativas nacionais, sofrem pressões no sentido da uniformização dos curricula escolares. Neste sentido, a escola no contexto da globalização deve ser aquela que forma um indivíduo menos egoísta, que resgate o ser humano como um todo e humanizar as relações sociais, criando novos ambientes de aprendizagem que privilegiem a circulação de informações, que possibilite a construção do conhecimento pelo aprendiz, o desenvolvimento da compreensão, para o alcance da sabedoria individual e coletiva. As escolas deverão focalizar nos aspetos culturais, económicos e políticos à luz de mercados de trabalho, desenvolvendo no indivíduo novas habilidades e a flexibilidade de adaptar-se a novas demandas e lidar com uma mão-de-obra internacional cada vez mais competitiva.


12.2. Definir a escola democrática
A escola no contexto democrático é aquele que determina que todos os seus intervenientes têm direitos de decisão sobre o seu destino. O compartilhamento das responsabilidades e as decisões que podem alterar a posição de cada um no coletivo são tomadas em conjunto, incluindo gestores, educadores, funcionários, estudantes e pais.  Cada um é, nesse sentido, responsável por si, mas também pelos demais. A escola neste contexto deve proporcionar um ambiente social simplificado, equilibrado e purificado para ação, que permite que os indivíduos ultrapassem as limitações do seu grupo social, tendo a oportunidade de entrar em contacto vital com um ambiente mais amplo. A escola torna consciente valores, hábitos e padrões que guiam o plano de reflexão como contribuição na edificação de uma sociedade mais perfeita assumindo um papel participativo na transformação para uma melhor ordem social, em geral. A escola deve proporcionar no indivíduo experiencias verdadeiramente democráticas como uma expressão ética da vida.

12.3. Explicar o foco principal do PP para o contexto da globalização e democratização do processo educativo
As PPs devem permitir a troca de valores culturais, universalização dos fenómenos linguísticos, a difusão dos meios das TICs. O ensino deve propiciar no indivíduo a liberdade na vida, isto é, ser a base do desenvolvimento da vida individual e coletiva, ou seja, deve constituir a resposta de todas as preocupações e anseios da sociedade.

12.4. Os autores que lhe inspiram nesta temática e seus postulados
Freire (Educação para todos…).
Libânio (A escola é a base do desenvolvimento da sociedade).
Jhon Dewey (Educação é a vida: propiciar ao indivíduo condições para que resolva por si própria os seus problemas).
Saviane (A educação é a forma de libertação do homem).

13. AS OPÇÕES EDUCATIVAS
13.1. O foco das PPs para a equidade do género nos sistemas educativos da actualidade
As PPs tem como foco principal a heterogeneidade, aprimorando o respeito pela diversidade, respeitando as potencialidades individuais seja em função de sexo ou estado físico do indivíduo. Todos devem ter as mesmas oportunidades educativas.




RESOLUÇÃO DOS TESTES
1.      Disserte a volta da definição do conceito política, devendo descrever sua etimologia e os seus níveis
R: Vide nº 1.1/ 1.2 e as suas alíneas.

2.      Define políticas públicas e fale da geopolítica enquanto um dos factores que influenciam a definição e implementação das PPEs
R: PPs são as diretrizes, princípios moderadores de cação do Poder Público, regras e procedimentos para as relações entre poder e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado. Elas são explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos que orientam ações que envolvem aplicação de recursos públicos. As PPs podem ser influenciados por vários factores, dentre eles os factores de natureza Geopolítica. Neste fator as PPs podem sofrer alterações pela influência que se contem num contexto internacional, visto que estamos num estado capitalista, onde os economistas possuem o poder de influenciar na implementação das políticas dos estados.

3.      Em que consiste a teoria dos sistemas em politicas publicas
R: Consiste em dar respostas do sistema político (outputs) para apoios ou demandas (inputs) da sociedade. Isto que dizer que é um conjunto de estruturas e processos inter-relacionados que funciona de forma autorizada para alocar valores (materiais e não-materiais) para a sociedade. Tendo como foco a análise das demandas da sociedade e oferecer os apoios para a formulação e implementação das políticas.

4.      Caracterize as PPs na sociedade neoliberal
As PPs nesta sociedade tem como foco a dinamização da vida económica, onde o estado não se faz sentir pois passa a existirem muitas empresas privadas e o estado apenas protege-as e delas espera os impostos. As PP visam o manuseio das trocas comerciais e a certificação da livre circulação dos recursos comerciais. Não há participação do estado na economia, há uma liberdade total do comércio, garante de crescimento económico e o desenvolvimento social de um país.

5.      Explique como se caracterizam as PPEs no contexto da escola globalizada e apresente a sua opião critico-construtiva relativa aos desafios que impõem as PPEs na actualidade
R: As PPs no contexto da escola globalizada tendem criar novos ambientes de aprendizagem que privilegiem a circulação de informações, que possibilite a construção do conhecimento pelo aprendiz, permitindo a troca de valores culturais, universalização dos fenómenos linguísticos. Pelo que as escolas deverão focalizar nos aspetos culturais, económicos e políticos à luz de mercados de trabalho, desenvolvendo no indivíduo novas habilidades e a flexibilidade de adaptar-se a novas demandas e lidar com uma mão-de-obra internacional cada vez mais competitiva. Neste contexto as PPs devem estar viradas na monitorização do progresso da globalização e ainda ponderar todos os acontecimentos advindas da globalização para poder capitalizar o lado mais positivo para o uso pela sociedade.

6.      Qual é o objetivo fundamental que se tem na privatização no ensino enquanto umas das estratégias de viabilização das PPEs
Sendo o ensino a resposta de todas as preocupações e anseios das populações, são traçadas as normas em PPEs que todos tem o direito da educação. Nisto, surge a privatização no ensino com umas das estratégias de viabilizar as PPEs de modo a responder as demandas da sociedade em função da educação.

7.      Define PP e apresente os factores que influenciam na sua implementação.
R: PPs são as diretrizes, princípios moderadores de cação do Poder Público, regras e procedimentos para as relações entre poder e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado. Elas são explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos que orientam ações que envolvem aplicação de recursos públicos. Para a sua implementação são influenciadas pelos vários factores a saber: F. de natureza Geopolíticas; de natureza política; de natureza macroeconómico e de natureza técnico e tecnológica.

8.      Apresente os tipos de PP e descreve uma delas
ü  Políticas Públicas Redistributivas: objectivam-se a redistribuir renda na forma de recursos e/ou de financiamento de equipamentos e serviços públicos.
ü  Políticas públicas distributivas: atendem a demandas pontuais de grupos sociais específicos. Como exemplo, podemos citar a distribuição de livro escolar, apoio as crianças com deficiência no meio escolar, etc
ü  Políticas Regulatórias : visam regular determinado sector, ou seja, criar normas para o funcionamento dos serviços e a implementação de equipamentos urbanos. É um instrumento que permite regular (normatizar) a aplicação de políticas redistributivas e distributivas. Ex:  Funcionamento do ADE
ü  Politicas publicas constitutivas: determinam as regras do jogo e com isso a estrutura dos processos e conflitos políticos, isto é, as condições gerais sob as quais vem sendo negociados as três outras políticas. Ex: pedido de funcionamento para fins de apoio educacionais.

9.      Em Policy cycle apresenta-se a política em cinco fases. Apresente resumidamente e descreve-as.
1ª Fase: Percepção e definição de problemas: faz-se a formação da agenda que é um processo de defi­nição da lista de principais problemas da sociedade;
2ª Fase: Agenda setting: é decidido se determinada tema fará parte da agenda politica ou será excluído ou adiado para um período posterior;
3ª Fase: Elaboração de programas e de decisão: decide-se qual das alternativas de acção é a mais apropriada para resolução da problemática social em questão;
4ª Fase: Implementação de políticas: é o momento onde a planificação e a escolha são transforma­dos em actos. Durante esse período, a política pode sofrer modificações drásticas de­pendendo da postura do corpo administrativo;
5ª Fase: Avaliação de políticas e correcção da acção: reflecte-se a relação custo e beneficio empreendida na política publica e tenta-se contornar possíveis falhas na formulação ou execução.

10.  Descreve os principais pontos que fazem da politica na era neoliberal diferente das atuais.
ü  Defendia a livre concorrência empresarial;
ü  Defesa de alta liberdade na realização dos contratos, onde as remunerações eram em função das suas capacidades;
ü  Estimulo a expansão demográfica para criar um vasto mercado e mão – de – obra.
ü  Dinamizar a vida económica;
ü   Manuseio das trocas comerciais;
ü  Certificação da livre circulação dos recursos comerciais;
ü  Não participação do estado na economia;
ü  Uma liberdade total do comércio, garante de crescimento económico e o desenvolvimento social de um país.

11.  “Um dos piores males que aflige a sociedade atual é a globalização. Ela promove a expansão e dominação dos valores das colonias subdesenvolvidas inclusive na educação”
a)      Concorda? Argumente a respeito
Concordo. Pelo facto de a globalização permitir a troca de valores, em certos casos há uma imposição das culturas das comunidades mais desenvolvidas, suplantar as culturas e valores face a outras culturas dos povos subdesenvolvidas. Ainda pode se observar na área da educação, em que devido a falta de recursos acaba implementar currículos sem prévia preparação. Neste contexto, a sociedade deve consciencializar-se e capitalizar o lado positivo da globalização de forma a não ferir os seus próprios valores.

12.  Disserte a volta dos desafios das políticas públicas educativas atuais no domínio da educação.
As PPEs tem como desafio no domínio da educação, proporcionar a escola como um ambiente social simplificado, equilibrado e purificado para ação, que permite que os indivíduos ultrapassem as limitações do seu grupo social, tendo a oportunidade de entrar em contacto vital com um ambiente mais amplo. A escola torna consciente valores, hábitos e padrões que guiam o plano de reflexão como contribuição na edificação de uma sociedade mais perfeita assumindo um papel participativo na transformação para uma melhor ordem social, em geral. A escola deve proporcionar no indivíduo a sua libertação e adoptá-lo de experiencias verdadeiramente como uma expressão ética da vida, capaz de resolver os seus próprios problemas.

PRIVATIZAÇÃO DE ENSINO
O termo "privatização" é "a transferência de actividades, provisão e responsabilidades do governo/instituições e organizações públicas para indivíduos e organizações privadas.
A ideia é atender as exigências da a globalização, associada à liberalização de mercados, pressiona e incentiva os governos a procurar sistemas educativos mais eficientes, mais flexíveis e mais alargados.
O desejo dos pais. Em muitos países a educação é encarada como um meio importante de progressão económica e social. Isso implica maior procura pela educação (James, 1987) e se o governo não puder fornecer e financiar a educação que os pais esperam para os seus filhos, então aqueles recorrerão a operadores privados
A palavra inovar vem do latim innovãre e significa renovar, mudar, tornar novo, sendo a inovação o acto ou efeito de inovar
As inovações no campo educacional tornam os alunos protagonistas no processo de ensino-aprendizagem e levam os docentes e instituições a buscarem a constante formação para que as implementações inovadoras sejam uma realidade no contexto da Educação Superior

terça-feira, 13 de novembro de 2018

A CONSTITUIÇÃO DE 1990 E O MULTIPARTIDARISMO EM MOÇAMBIQUE.


A CONSTITUIÇÃO DE 1990 E O MULTIPARTIDARISMO EM MOÇAMBIQUE.
HELFAS SAMUEL-Licenciando em ensino basico com habilitacoes em supervisao e inpecao escolar-Universidade Pedagogica-Gaza (Contactos: 842849771/863498270) email: helfas16cumbane@gmail.com, facebbock: Helfas Samuel.











/Freelancer de Conteúdos/
A CONSTITUIÇÃO DE 1990 E O MULTIPARTIDARISMO EM MOÇAMBIQUE.
O multipartidarismo em Moçambique, foi introduzido no início dos anos 1990, com a adopção de uma nova constituição pluralista que consagrava a liberdade de associação, o que veio a ser fundamentado com aprovação da lei 7/91, a assinatura dos Acordos Gerais de Paz (AGP) estabeleceram as condições para o estabelecimento da democracia multipartidária, no país.
Nesta visão, o nosso trabalho objectiva-se de forma geral a analisar a constituição de 1990 e o multipartidarismo em Moçambique, de forma específica iremos definir o conceito multipartidarismo, não só, iremos contextualiza o termo multipartidarismo no contexto moçambicano, e descrever a implementação do processo multipartidário em Moçambique.
Em termos estruturais o nosso trabalho apresenta, introdução, referencial teórico, conclusão e bibliografia.
Para a materialização do presente trabalho cingiu-se em método de consulta bibliográfica que consistiu na leitura e interpretação de diferentes obras que abordam sobre a temática ligada a matéria em cláusula.”.





1.1.1.Objectivos específicos
1.1.2.Objectivos específicos
  • Definir alguns conceitos chaves;
  • Contextualizar o multipartidarismo na realida moçambicana;
  • Descrever o processo de implementação do multipartidarismo em Moçambique;
Para a elaboração do presente trabalho para além dos conhecimentos práticos que possuímos, iremos usar a pesquisa bibliográfica, onde vamos trazer interpretações sólidas e fundamentadas por diferentes autores de destaque que debruçaram-se sobre o tema em alusão e também recorremos a pesquisa documental, para recolher informações em diversos relatórios, monografias e teses de doutoramento.









  • Multipartidário
Na visão de Duverger citado por Oliveira e Duailibe (2010) o multipartidário é aquele em que se caracteriza pela presença de três ou mais partidos políticos num contexto de disputa da pelo poder num determinado sistema eleitoral.
Neste caso o multipartidarismo é o cenário onde as diversas percepções dos vários grupos sociais são canalizadas, defendidas pelos partidos políticos e existem garantias constitucionais para que a luta, manutenção do poder e exercício do poder.
Nesta constituição, a administração é composto por um presidente, primeiro-ministro e do conselho de ministro, (como actual). E o sistema judiciário é composto por um Tribunal Supremo e provinciais, distritos e de tribunais municipais.
A primeira Constituição de Moçambique entrou em vigor em simultâneo com a proclamação da independência nacional em 25 de Junho de 1975. Nesta altura, a competência para proceder a revisão constitucional fora atribuída ao Comité Central da Frelimo até a criação da Assembleia com poderes constituintes, que ocorreu em 1978. Considerando a importância da constituição como a “lei-mãe” do Estado moçambicano, e daí a necessidade do seu conhecimento pelos cidadãos, de seguida é feita uma breve menção sobre a evolução constitucional de Moçambique (BRITO, 2010).
 Na visão de Mazula (2010) A revisão constitucional ocorrida em 1990 trouxe alterações muito profundas em praticamente todos os campos da vida do País. Estas mudanças que já começavam a manifestar-se na sociedade, principalmente na área económica, a partir de 1984, encontram a sua concretização formal com a nova Constituição aprovada. Alguns aspectos referentes as alterações pode-se citar:
  • Introdução de um sistema multipartidário na arena política, deixando o partido Frelimo de ter um papel dirigente e passando a assumir um papel histórico na conquista da independência;
  • Inserção de regras básicas da democracia representativa e da democracia participativa e o reconhecimento do papel dos partidos políticos;
  • Na área económica, o Estado abandona a sua anterior função basicamente intervencionista e gestora, para dar lugar a uma função mais reguladora e controladora (previsão de mecanismos da economia de mercado e pluralismo de sectores de propriedade);
  • Os direitos e garantias individuais são reforçados, aumentando o seu âmbito e mecanismos de responsabilização;
  • Várias mudanças ocorreram nos órgãos do Estado, passam a estar melhor definidas as funções e competências de cada órgão, a forma como são eleitos ou nomeados;
  •  Preocupação com a garantia da constitucionalidade e da legalidade e consequente criação do Conselho Constitucional; entre outras.
A CRM de 1990 sofreu três alterações pontuais, designadamente: duas em 199211 e uma em 199612. Destas merece especial realce a alteração de 1996 que surge da necessidade de se introduzir princípios e disposições sobre o Poder Local no texto da Constituição, verificandos e desse modo a descentralização do poder através da criação de órgãos locais com competências e poderes de decisão próprios, entre outras (superação do princípio da unidade do poder).
Com a independência de Moçambique em 1975 proclamada pela FRELIMO, movimento que esteve na luta contra o colonialismo português, tendo esta adoptado uma constituição na qual definia o seu papel como força da liderança do Estado, bem como assegurava a legitimação do regime de partido único, eliminando deste modo qualquer forma de pluralismo social, Lala & Ostheimer (2003). Ainda a este respeito Brito (2009), ressalva que “ beneficiando de um prestígio e apoio quase unânime no seio da população moçambicana por altura da independência, a FRELIMO, levou ate as últimas consequências a lógica do partido único, preocupando – se em eliminar todas as formas de organização politica ou social autónomas”.
Portanto, o facto de a FRELIMO ter sido a única força representante do povo moçambicano na luta pela independência nacional e nas negociações com o governo português, após o golpe de Estado ocorrido em Portugal no dia 25 de Abril de 1974, conferiu credibilidade e legitimidade no acesso ao poder no país independente.
Tendo esta posteriormente desencadeada uma série de reformas políticas, sociais e económicas, que transformaram o status quo nacional, e conduziram o país a várias crises que fertilizaram o terreno para a eclosão de uma guerra civil, envolvendo o governo da FRELIMO e a RENAMO.
Segundo, Lundin (1995), com a independência, a FRELIMO escolhe para Moçambique uma via de desenvolvimento rumo ao socialismo, seguindo a política do bloco que maioritariamente a apoiou durante a luta de libertação a escolha do modelo e as práticas inerentes ao mesmo alienaram moçambicanos. Retirou – se do processo indivíduos e grupos que defendiam outras ideias, um estilo de vida diferente, de tudo que se propunha. Isto criou bases para que o processo de desenvolvimento se tornasse vulneráveis as penetrações, que o inviabilizaram levando o País à pobreza, ao conflito entre grupos e sectores sociais, e finalmente, à guerra, Ibid.
Para Brito (2009), foi nesse contexto de tentativa de construção de um poder político monopartidario, de crise económica interna e confrontação política regional que surge a RENAMO logo depois da independência serviu de expressão interna de clivagens e conflitos sociais, acrescentando ao conflito uma dimensão de guerra civil, particularmente nas zonas centro e norte do país.
É neste cenário mudanças de cariz institucionais e politicas foram implementadas reformas, com vista a acomodar o país à nova realidade em que se encontrava, tendo se com isso se rompido com os fundamentos do monopartidarismo. Para Tolenare (2006), a constituição da república de Moçambique de 1990 criou a base legal para as eleições multipartidárias, liberdade de associação e a formação de partidos políticos.
A aprovação da lei 7/91, dos partidos políticos, que estabelece o quadro jurídico para a formação e actividade dos partidos políticos, veio adequar a nova realidade em que o país se encontrava, uma vez que a constituição de 1990 consagrava o pluralismo político, o estado de direito democrático. Na visão de Brito (2010), este processo estava também relacionado com os esforços de negociação com a Renamo, mas só iriam produzir frutos com o acordo geral de paz assinado em Roma em 1992. O AGP ao estabelecer a paz e as regras de incorporação da Renamo na sociedade moçambicana, significou a possibilidade prática de aplicar os novos princípios constitucionais nomeadamente a realização de eleições multipartidárias e nesse sentido foi um avanço sem precedentes para a possibilidade de construção de uma sociedade democrática pluralista, Ibid.
O multipartidarismo é um fenómeno bastante recente em Moçambique. De 1975 até a adopção da Constituição de 1990, a Frelimo, o movimento que liderou a luta pela independência, dirigiu o país num sistema de partido único. São dois os elementos principais que explicam o fim do regime monopartidário, que vigorava em Moçambique desde a independência (1975). Em primeiro lugar, o contexto internacional, marcado pelo desmoronamento do bloco soviético a partir de 1989 e um clima desfavorável aos regimes monopartidários de inspiração comunista e, em segundo lugar, o contexto interno do país, marcado por uma guerra civil sem solução militar à vista e por uma situação económica de profunda crise.
Com a Constituição de 1990, ficou aberto o espaço político, mas este processo só adquiriu verdadeiro conteúdo após a celebração do Acordo Geral de Paz em 1992, altura em que a Renamo foi reconhecida como movimento legítimo e se iniciaram os preparativos para as primeiras eleições multipartidárias. Ao fim de quatro eleições gerais, ficou claro que o sistema político Moçambicano se caracteriza por uma bipolarização, ou seja, o Bipartidarismo em torno dos dois partidos - Frelimo e Renamo - apesar de ser cada vez maior o domínio da cena política por parte da Frelimo (Mazula, 2000).
A abertura do sistema político moçambicano ao multipartidarismo provocou a formação de um grande número de partidos políticos. No entanto, como as eleições de 1994 o confirmaram, apenas a Frelimo e a Renamo seriam capazes de se afirmar como forças políticas importantes, dispondo de um eleitorado significativo. É assim que, apesar dum sistema eleitoral baseado na representação
O Multipartidarismo, na sua essência, significa uma maior representação de partidos políticos na Assembleia da República. Não sendo o caso em Moçambique, prefirimos designar de Bipartidarismo, na medida em que sao apenas dois (2) grandes partidos (Frelimo e Renamo) que, para além de terem maior representatividade no parlamento, dominam a arena politica do país, pondo em causa, deste modo, o Multipardarismo preconizado na Constituição de 1990. O cenário político que se faz sentir em Moçambique, de acordo com os factos político-ideológicos decorrentes do dia-a-dia, permitem-nos afirmar com significatica segurança que na verdade estamos perante o Bipartidarismo. Em nossa análise, não basta so existir muitos partidos políticos que, no entanto, não têm assentos no parlamento, pois há minorias que possuindo simpatias manifestas através de votos, por esses partidos considerados pequenos, gostariam de estar representados no parlamento, apesar de muito recentemente o MDM conseguir, em número insignificante, assentos na Assembleia da República.
Na visão de brito (2010) a ideia de path dependent trazida pelo institucionalismo histórico de Hall e Taylor (1996), explica a crise do multipartidarismo, na medida em que ela olha para a trajectória que o país percorreu e as implicações da mesma nas escolhas futuras. Partindo deste pressuposto podemos afirmar que o país e o regime da Frelimo herdaram as práticas e as estruturas do regime colonial que era caracterizado por um centralismo politico e governativo, facto que foi transportado para a época pós – colonial.
Na mesma ordem de ideias o processo de transição democrática e a construção das instituições democráticas conduzido pela Frelimo e a Renamo, ditou a configuração actual do campo político moçambicano, tal como Brito (2010), demonstra o facto de as negociações e o processo de transição política até às eleições terem sido conduzidos apenas pelas duas partes beligerantes, cada uma delas preocupada em garantir o máximo de vantagens para si própria, significou também uma polarização do espaço político nascente à sua volta. Num certo sentido, pode-se dizer que a democracia foi confiscada por estes dois partidos, não tendo havido um ambiente favorável à expressão de outras forças e interesses provenientes da sociedade civil, Ibid.
A construção do processo democrático foi moldado com vista a acomodação da Renamo no novo contexto politico, dai que a exclusão dos partidos “não armados” de origem não armada e não com vista a promoção de uma sociedade democrática pluralista. Ora vejamos o facto da realização do quadro institucional que orientou a realização das primeiras eleições, foi marcado pela exclusão de outros partidos políticos, como revelam Lalá e Ostheimer (2003), “Os denominados partidos não armados, criados a partir de 1990, tiveram poucas oportunidades para influenciar e moldar o processo de transição, conforme demonstrou a conferência multipartidária para a preparação do projecto de lei eleitoral. A oposição, sentindo-se excluída, assumiu que qualquer acção política desencadeada pela Frelimo visava somente o seu próprio, Ibid.
Este facto acentua – se pelo facto dos partidos “não armados” enfrentarem dificuldades inerentes ao seu próprio funcionamento, o que leva ao seu desaparecimento em períodos não eleitorais, acentuando deste modo a bipolarização da cena política no que diz respeito á produção e defesa de ideologias. O que se verifica é que o facto de a Frelimo ter sido o condutor da Máquina do Estatal desde a independência o posicionou – se de uma forma privilegiada na preparação do processo transitório para a democracia, tendo este preparado as suas formas de acomodação no novo contexto politico, que se aproximava não abrindo espaço e nem deixando condições para que pudesse enfrentar forte concorrência e nem para perda do poder.
Uma observação trazida por Weimer apud Sitoe et al (2005), respectiva a democracia moçambicana, é que “o cenário em que os fundamentos de uma democracia real e cultura democrática tem sido negligenciadas permitindo assim espaço para o cenário de cooptação, que caracteriza – se pela centralização e concentração do poder. Esta característica da democracia moçambicana à luz do path dependent é explicado pelo facto de o Estado após a independência ter sido orientado seguindo se a lógica do partido único constituiu um alicerce que foi transportado para o período pós – transição, o facto de a Frelimo controlar os recursos do Estado implicou o transporte das formas de funcionamento das instituições democráticas. O facto de este ter se afirmado como um partido dominante, mediante a utilização das práticas do clientelismo, nepotismos e a aproximação aos seguimentos sociais a nível local, tem reduzido o espaço de actuação dos outros partidos e a Renamo, cada vez mais tem revelado a falta de capacidade de adaptação face aos desafios colocados face ao novo contexto.









A abertura do sistema político moçambicano ao multipartidarismo provocou a formação de um grande número de partidos políticos. No entanto, como as eleições de 1994 o confirmaram, apenas a Frelimo e a Renamo seriam capazes de se afirmar como forças políticas importantes, dispondo de um eleitorado significativo. É assim que, apesar dum sistema eleitoral baseado na representação proporcional, Moçambique conhece desde essa altura um sistema bipartidário de facto.
O processo de inclusão política que tinha sido iniciado com o Acordo Geral de Paz foi interrompido após as primeiras eleições. Com efeito, ao obter uma maioria absoluta no parlamento, a Frelimo optou por governar só e rejeitou as pressões que na altura se faziam sentir no sentido de formar um governo de unidade nacional, à semelhança do que tinha feito o ANC na vizinha África do Sul. Deste modo, o sistema multipartidário implantado no país manifesta-se apenas em circunstâncias formal e teórica, no sentido de que, na prática, reina o bipartidarismo onde a Frelimo e a Renamo são os protagonistas, estando na periferia política os chamados pequenos partidos ou partidos emergentes (PDD, PIMO, MDM,).
O Multipartidarismo, na sua essência, significa uma maior representação de partidos políticos na Assembleia da República. Não sendo o caso em Moçambique, prefirimos designar de Bipartidarismo, na medida em que sao apenas dois (2) grandes partidos (Frelimo e Renamo) que, para além de terem maior representatividade no parlamento, dominam a arena politica do país, pondo em causa, deste modo, o Multipardarismo preconizado na Constituição de 1990.
O cenário político que se faz sentir em Moçambique, de acordo com os factos político-ideológicos decorrentes do dia-a-dia, permitem-nos afirmar com significatica segurança que na verdade estamos perante o Bipartidarismo. Em nossa análise, não basta so existir muitos partidos políticos que, no entanto, não têm assentos no parlamento, pois há minorias que possuindo simpatias manifestas através de votos, por esses partidos considerados pequenos, gostariam de estar representados no parlamento, apesar de muito recentemente o MDM conseguir, em número insignificante, assentos na Assembleia da República.

Þ    BRITO, Luís de. Sistema eleitoral uma dimensão critica da representação politica em Moçambique, in in Carlos N. C. Branco, S. Chichava, l. Brito, a. Francisco (org), Desafios para Moçambique, 2010, Maputo, IESE, 2010
Þ    MAZULA, B. A construcao da democracia em África: o caso de Moçambique. Maputo, 2000.
Þ     NUVUNGA, Adriano. Multiparty Democracy in Mozambique: strengths, weaknesses and challenges . EISA, Research Report No. 04, 2005
"Por vezes nao vemos grandes oportunidades porque elas estao ao nosso lado" Helfas (2017)